sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dislexia


Dislexia é um transtorno genético e hereditário da linguagem, de origem neurobiológica, que se caracteriza pela dificuldade de decodificar o estímulo escrito ou o símbolo gráfico. A dislexia compromete a capacidade de aprender a ler e escrever com correção e fluência e de compreender um texto. Em diferentes graus, os portadores desse defeito congênito não conseguem estabelecer a memória fonêmica, isto é, associar os fonemas às letras.
De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com inteligência normal ou mesmo superior e persistir na vida adulta.
A causa do distúrbio é uma alteração cromossômica hereditária, o que explica a ocorrência em pessoas da mesma família. Pesquisas recentes mostram que a dislexia pode estar relacionada com a produção excessiva de testosterona pela mãe durante a gestação da criança.
Sintomas
Os sintomas variam de acordo com os diferentes graus de gravidade do distúrbio e tornam-se mais evidentes durante a fase da alfabetização. Entre os mais comuns encontram-se as seguintes dificuldades: 1) para ler, escrever e soletrar; 2) de entendimento do texto escrito; 3) para de identificar fonemas, associá-los às letras e reconhecer rimas e aliterações; 4) para decorar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos (discalculia); 5) ortográficas: troca de letras, inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas (disgrafia); 6) de organização temporal e espacial e coordenação motora.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por exclusão, em geral por equipe multidisciplinar (médico, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista). Antes de afirmar que uma pessoa é disléxica, é preciso descartar a ocorrência de deficiências visuais e auditivas, déficit de atenção, escolarização inadequada, problemas emocionais, psicológicos e socioeconômicos que possam interferir na aprendizagem.
É de extrema importância estabelecer o diagnóstico precoce para evitar que sejam atribuídos aos portadores do transtorno rótulos depreciativos, com reflexos negativos sobre sua auto-estima e projeto de vida.
Tratamento
Ainda não se conhece a cura para a dislexia. O tratamento exige a participação de especialistas em várias áreas (pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, etc.) para ajudar o portador de dislexia a superar, na medida do possível, o comprometimento no mecanismo da leitura, da expressão escrita ou da matemática.
Recomendações
* Algumas dificuldades que as crianças podem apresentar durante a alfabetização só ocorrem porque são pequenas e imaturas e ainda não estão prontas para iniciar o processo de leitura e escrita. Se as dificuldades persistirem, o ideal é encaminhar a criança para avaliação por profissionais capacitados;
* O diagnóstico de dislexia não significa que a criança seja menos inteligente; significa apenas que é portadora de um distúrbio que pode ser corrigido ou atenuado;
* O tratamento da dislexia pressupõe um processo longo que demanda persistência;
* Portadores de dislexia devem dar preferência a escolas preparadas para atender suas necessidades específicas;
* Saber que a pessoa é portadora de dislexia e as características do distúrbio é o melhor caminho para evitar prejuízos no desempenho escolar e social e os rótulos depreciativos que levam à baixa-estima.
Fonte: http://drauziovarella.com.br

Alterações na leitura e escrita - DISCALCULIA

DISCALCULIA

O termo discalculia deriva de acalculia, o qual descreve um transtorno adquirido da habilidade para realizar operações matemáticas, depois de estas se terem desenvolvido e consolidado.
Contrariamente à acalculia, a discalculia encontra-se sobretudo em crianças, é de carácter evolutivo ou desenvolvimental, não resulta de uma lesão e associa-se sobretudo a dificuldades de matemática.
É uma perturbação que se manifesta na dificuldade de aprendizagem do cálculo. Esta dificuldade pode-se manifestar em vários níveis da aprendizagem. Assim, podemos encontrar dificuldades ao nível da leitura, escrita e compreensão de números ou símbolos, compreensão de conceitos e regras matemáticas, memorização de fatos ou conceitos ou no raciocínio abstrato. Podem ainda estar associadas dificuldades em aprender a ver as horas ou lidar com o dinheiro.

Sinais indicadores:

  • Dificuldades na identificação de números (visual e auditiva).
  • Incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca (contar objetos e associar um numeral a cada um).
  • Escassa habilidade para contar.
  • Dificuldade na compreensão de conjuntos.
  • Dificuldade na compreensão de quantidade.
  • Dificuldade em entender o valor segundo a habituação de um número.
  • Dificuldades nos cálculos.
  • Dificuldades na compreensão do conceito de medida.
  • Dificuldade para aprender a dizer a hora.
  • Dificuldade na compreensão do valor das moedas.
  • Dificuldade de compreensão da linguagem matemática e dos símbolos.
  • Dificuldade em resolver problemas orais.

Problemas associados:

  • Deficiente organização visuo-espacial e integração não verbal: não conseguem distinguir rapidamente as diferenças entre formas, tamanhos, quantidades e comprimentos.
  • Dificuldade em observar grupos de objectos e dizer qual deles contém uma maior quantidade de elementos, em calcular distâncias e em fazer julgamentos de organização visuo-espacial.
  • Distúrbio ao nível da imagem corporal.
  • Distúrbios de integração visuo-motora.
  • Desorientação: dificuldade na distinção esquerda-direita.
  • Dificuldades na percepção social e na realização de julgamentos: maturidade social reduzida.
  • Desempenhos em testes de inteligência, superiores nas funções verbais comparativamente às funções não verbais.
Fonte: http://www.appdae.net

Alterações na leitura e escrita - DISORTOGRAFIA



DISORTOGRAFIA

A disortografia pode ser definida como o conjunto de erros da escrita que afetam a palavra, mas não o seu traçado ou grafia. A disortografia é a incapacidade de estruturar gramaticalmente a linguagem, podendo manifestar-se no desconhecimento ou negligência das regras gramaticais, confusão nos artículos e pequenas palavras, e em formas mais banais na troca de plurais, falta de acentos ou erros de ortografia em palavras correntes ou na correspondência incorreta entre o som e o símbolo escrito, (omissões, adições, substituições, etc.).

Sinais indicadores:

  • Substituição de letras semelhantes.
  • Omissões e adições, inversões e rotações.
  • Uniões e separações.
  • Omissão - adição de “h“.
  • Escrita de “n“ em vez de “m“ antes de “p“ ou “b“.
  • Substituição de “r“ por “rr“.

Problemas associados:

Perceptivos:

  • Deficiência na percepção e na memória visual auditiva
  • Deficiência a nível espácio-temporal (correta orientação das letras), discriminação de grafemas com traços semelhantes e adequado acompanhamento da sequencia e ritmo da cadeia falada.

Linguístico:

  • Problemas de linguagem – dificuldades na articulação
  • Deficiente conhecimento e utilização do vocabulário

Afetivo-emocional:

  • Baixo nível de motivação

Fonte:http://www.appdae.net

Alterações na leitura e escrita - DISGRAFIA

DISGRAFIA


Alteração da escrita que a afeta na forma ou no significado, sendo do tipo funcional. Perturbação na componente motora do ato de escrever, provocando compressão e cansaço muscular, que por sua vez são responsáveis por uma caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas.
De forma geral, a criança com disgrafia apresenta uma série de sinais ou manifestações secundárias motoras que acompanham a dificuldade no desenho das letras, e que por sua vez a determinam. Entre estes sinais encontram-se uma postura incorreta, forma incorreta de segurar o lápis ou a caneta, demasiada pressão ou pressão insuficiente no papel, ritmo da escrita muito lento ou excessivamente rápido.

Sinais indicadores:

  • Postura gráfica incorreta.
  • Forma incorreta de segurar o instrumento com que se escreve.
  • Deficiência da preensão e pressão.
  • Ritmo de escrita muito lento ou excessivamente rápido.
  • Letra excessivamente grande.
  • Inclinação.
  • Letras desligadas ou sobrepostas e ilegíveis.
  • Traços exageradamente grossos ou demasiadamente suaves.
  • Ligação entre as letras distorcidas.

Problemas associados:

  • Biológicos.
  • Perturbação da lateralidade, do esquema corporal e das funções perceptivo-motoras.
  • Perturbação de eficiência psicomotora
  • Pedagógicas
    • Orientação deficiente e inflexível,
    • Orientação inadequada da mudança de letra de imprensa para letra manuscrita,
    • Ênfase excessiva na qualidade ou na rapidez da escrita,
    • Prática da escrita como atividade isolada das exigências gráficas e das restantes atividades discentes.
  • Pessoais
    • Imaturidade física,
    • Motora,
    • Inaptidão para a aprendizagem das destrezas motoras,
    • Pouca habilidade para pegar no lápis,
    • Adoção de posturas incorretas,
    • Défices em aspectos do esquema corporal e da lateralidade.
Fonte:http://www.appdae.net

A emoção dentro da sala de aula


              O professor não pode esquecer que a afetividade influencia todo o processo educacional e merece ser valorizada, não somente por isso, afinal, o ser humano é um ser que precisa de afeto.
            Muitos educadores ainda não dão o seu efetivo valor, priorizando apenas o conteúdo, mas como ensinar, formar um outro ser humano sem considerar as emoções se somos seres de afetividade?
            Uma relação baseada em um ouvir o outro, respeitando os erros e acertos de cada um pode direcionar o sucesso escolar do aluno e o sucesso profissional do educador. Se não há um sentimento de amizade entre professor e aluno, fica difícil dialogar, ter respeito, assim, também a aprendizagem não acontece.
            Segundo Ribeiro (2010), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (Brasil, 1997) constituem, também, uma referência ao currículo do Ensino Fundamental. Esse currículo visa o desenvolvimento de capacidades “de relações interpessoais, cognitivas, afetivas, éticas, estéticas, para que o aluno possa dialogar de maneira adequada com a comunidade, aprenda a respeitar e ser respeitado, a escutar e a ser escutado, a reivindicar seus direitos e a cumprir seus deveres” (Brasil, 1997, p.46). Os PCNs admitem, então, o desenvolvimento e a influência da afetividade.
Segundo Araújo (1995), Tognetta e Assis (2006), a sintonia, as relações afetivas e cooperativas, a solidariedade, a tolerância, a demonstração de respeito e de apoio por parte do professor ajudam os alunos a superarem as dificuldades escolares.
Araújo (1995) salienta que a interação com o educador pode transformar a dificuldade de aprendizagem em melhores resultados em sala de aula.
Araújo (1995) e Camargo (1997) chegam à conclusão de que os sentimentos negativos interferem desfavoravelmente e comprometem o processo de aprendizagem dos alunos.
Sendo assim, é importante estabelecer um vínculo afetivo entre professor e aluno, pois se tratam de seres humanos que se relacionam a todo instante.
Ferreira (2010), afirma que a afetividade constitui um fator de grande importância no processo de desenvolvimento do indivíduo e na relação com o outro, pois é por meio desse outro que o sujeito poderá se delimitar como pessoa nesse processo em permanente construção. Salienta ainda que, é importante o professor estar envolvido nesse processo, considerando a afetividade como parte indissociável do cognitivo.

Fontes:
ARAÚJO, C. M. M. Relações interpessoais professor-aluno: uma nova abordagem na compreensão das dificuldades de aprendizagem. Dissertação de mestrado não-publicada, Instituto de Psicologia, Universidade Nacional de Brasília, 1995. Nacionais: introdução
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC, 1997.
CAMARGO, D. As emoções no processo de aprendizagem. Tese de doutorado não-publicada. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1997.
FERREIRA, S. P. A; VERAS, R. S. A afetividade na relação professor-aluno. Editora UFPR: Educar em Revista, Curitiba, Brasil, 2010.
RIBEIRO, M. L. A afetividade no bojo dos currículos de formação de professores. Anais do 14 Encontro Nacional de Prática de Ensino, Porto Alegre, RS, 2008.
RIBEIRO, M. L. A afetividade na relação educativa. Estudos de Psicologia, Campinas, 2010.
TOGNETTA, L. R. P., & ASSIS, O. Z. M. A construção da solidariedade na escola: as virtudes, a razão e a afetividade. Educação e Pesquisa, 2006.



Família à luz do filme "Como estrelas na Terra"


INTRODUÇÃO

Cabe iniciar esse ensaio dissertando sobre a função familiar, os mecanismos de defesa utilizados pela família quando descobre que o filho tem dislexia, a função do pai e da mãe nessa família e qual o impacto que se vê na criança protagonista do filme. Para isso vamos buscar respaldo na psicologia e na sociologia para melhor compreender o processo de construção de família.

O conceito e a função da família

Buscando em vários teóricos podemos entender que a família é o primeiro núcleo de convivência social de um indivíduo, no qual desempenha uma função formativa e determinativa no desenvolvimento cognitivo-afetivo do indivíduo e no modo como este se situa e interage na sociedade, mesmo em idade adulta. É através da identificação com os primeiros “outros significativos” -- mãe, pai e demais membros da família -- e das reações destes ao seu comportamento que a criança tem seu primeiro contato com o mundo e aprende a desenvolver os papéis e atitudes essenciais para seu processo de socialização[1].

Lacan compreende a família como uma instituição social de estrutura complexa, que não pode ser reduzida nem a um fato biológico e nem a um elemento teórico da sociedade, mas uma instituição social privilegiada na transmissão da cultura. “Entre todos os grupos humanos, a família desempenha um papel primordial na transmissão da cultura. (...) Com isso, ela preside os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico” (1985, p. 13), esclarecendo que a família estabelece uma continuidade psíquica entre as gerações, a partir de uma hereditariedade psicológica e social.[2]

A família é a primeira linha de defesa especialmente para crianças e um fator importante para sua sobrevivência, saúde, educação, desenvolvimento e proteção. É também uma importante fonte de ligação nutrição, emocional e a socialização, é uma ligação entre continuidade e mudança. Ele tem o maior potencial para proporcionar estabilidade e suporte quando há problemas. Desenvolvimento humano pode, assim, ser reforçada, através do enriquecimento da vida familiar (Desai, 1995a).[3]

Refletindo sobre a família indiana no contexto do filme “Como estrelas na terra”, pode-se pensar em que a família do protagonista Ishaan se configura em diferentes papéis valorizando socialmente o status, poder, crescimento, gerando frustação aos outros membros da família quando Ishaam, o filho mais novo, não corresponde aos padrões “normais” esperados pela família.
Cabe ressaltar que a família sendo a estrutura social básica, com entrejogo diferenciado de papéis (pai, mãe, filhos), integrada por pessoas que convivem por um tempo extenso, em uma interrelação recíproca com a cultura e a sociedade, dentro da qual o indivíduo se desenvolve para limitar sua situação narcísica e transformar-se em um adulto capaz, pode-se dizer que a função da família é ensinar o indivíduo a defender a vida, ou seja, cabe a família ensinar o cuidado físico, as relações familiares, sociais, sentimentais, atividades produtivas e recreativas, inserção profissional e como formar e consolidar uma nova família. Por fim é a família a responsável por ajudar no desenvolvimento da personalidade da criança para que se torne um adulto capaz na sociedade, fisicamente e psicologicamente.

Dinâmica entre a família à luz do filme “Como estrelas na terra”

Enquanto aguardamos o nascimento de um filho, idealizamos como ele será. Depositamos todos os nossos sonhos na criança aguardada. Definimos mentalmente sua beleza, a cor de seus cabelos e, atendendo nossa ansiedade, até mesmo compramos os brinquedos que acreditamos que ele preferira, até então as coisas vão bem quando a família se depara com algo fora do esperado (sempre estamos esperando o melhor de nossos filhos). Foi isso que aconteceu no filme: Como estrelas na terra: toda criança é especial.

O pai de Ishaan, um homem sério e rígido, debruçado sobre o trabalho, valorizava muito o sucesso e esperava que seus filhos pudessem ser muito bem sucedidos quando adultos. Seu filho mais velho correspondia a essa expectativa com uma vida escolar brilhante, projetando-se inclusive nos esportes. O filho mais novo, Ishaan, andava na contramão quando o assunto era boletim escolar. Sem amigos, ficava na companhia de seus pensamentos e imaginações, num mundo muito mais confortável do que aquele em que vivia, onde ninguém conseguia lhe compreender. Cansado de receber reclamações e notas baixas de seu filho caçula, o pai de Ishaan acreditava que o problema do garoto era a falta de disciplina, a falta de vontade em dedicar-se aos estudos e que isso poderia ser resolvido mandando-o para um internato. Ishaan, personagem central do filme, tinha dislexia e não conseguia aprender na escola convencional.

A negação é primeira reação dos pais e podemos notá-la na demora na busca de uma solução para o bom desempenho do menino. Eles sabiam que havia algo de errado, pois, a mãe acompanhava de perto as dificuldades do filho, quando o auxiliava nas lições de casa, quando precisava realizar coisas simples como a escovação de dentes, como o banho, a troca de roupas para ir à escola...

Diante do desespero, sem perspectiva de melhora, o pai resolve mandá-lo para o internato, desconsiderando as preocupações da mãe pelo afastamento de uma criança tão pequena de seus familiares e dela, como protetora de sua vida. A atitude passiva da mãe era também acompanhada pelo filho mais velho que, mesmo sofrendo por ver o irmão mais novo ser hostilizado, permanecia sem se opor ao pai.

As atitudes dos pais de Ishaan revelam alguns mecanismos de defesa comuns na maioria dos pais com crianças especiais. Diante da idealização de um filho perfeito e bem sucedido, o pai do menino racionaliza o fracasso de seu filho jogando-lhe a culpa pelo seu insucesso, como se a criança intencionasse notas baixas e descaso pelos apelos de empenho de professores e familiares. A ideia de que o filho é uma produção defeituosa é muito dolorosa.

Vivendo essa família na Índia, país mergulhado em crenças, superstições, rituais, com muitas tradições familiares e sociais, e depois de ter tido a sorte de ter dois meninos (coisa muito valorizada num país que dá preferência a crianças do sexo masculino, desprezando as meninas) e descobrindo que um deles tem um problema que precisa ser escondido de uma sociedade marcada fortemente pela posição social, não é difícil para compreendermos o comportamento dos pais de Ishaan que, mesmo sofrendo, não conseguiam superar este problema cultural, diretamente relacionado, mais a uma herança histórica, do que à vaidade e ao orgulho em si. Existia a preocupação com as atitudes das outras pessoas. “O que as pessoas vão pensar? O que os outros vão dizer?”, “Como sobreviverá num lugar onde se vive pela competência e pela competição na busca de bons resultados?”. Como lidar com uma realidade não planejada e desafiadora?

Questões perturbadoras acompanhadas do sentimento de culpa como: “porque isso foi acontecer comigo?” ou “onde foi que eu errei”, fizeram parte do repertório da mãe de Ishaan que, como a maioria das mulheres indianas, não questionava a autoridade de seu marido e jamais interferia em suas decisões.

A sensação de impotência aparece quando os pais encontraram-se confusos, perdidos, querendo ajudar o filho, procurando uma escola melhor, o melhor profissional, o melhor método. Muitas vezes os pais querem fazer, agir, mas não sabem como e nem por onde começar. Buscam opiniões e conselhos de profissionais, e no filme, eles se depararam com um internato que lhes prometeu “domar” e disciplinar Ishaan, assim como se faz com cavalos.

Depois de enviarem seu filho para o internato, Ishaan teve a sorte de encontrar um professor atento e disposto a ajudá-lo e depois de contatar a família do menino e, tendo explicado e provado através de seus cadernos que o problema do menino se tratava de dislexia, pai e mãe experimentaram outro sentimento: a confusão, quando refletiam como e onde poderiam procurar uma solução e se haveria ajuda.
Tanto o pai como a mãe do menino tiveram a sensação de que poderiam ter percebido antes, ter procurado um diagnóstico mais cedo. Sentiram-se culpados por terem cobrado demais, exigido um desempenho maior, ou porque julgaram o comportamento do filho como preguiça e falta de interesse pelos estudos.

Num trecho do filme, o pai de Ishaan, visita seu professor para lhe dizer que eles, pais amorosos, estavam se preocupando com o filho e que sua esposa havia pesquisado tudo sobre dislexia. Uma atitude que demonstra o quanto esse pai se sentia culpado tanto pelos maus-tratos como pelo afastamento de Ishaan do lar e da família. O desenrolar do filme, revela que quando bem assistida, a criança disléxica pode ter uma vida escolar com excelentes resultados, respeitando-se o ritmo da criança e valendo-se de métodos auxiliares, para obtenção da aprendizagem e de uma vida normal.

Antes da aceitação e para que os pais de Ishaan pudessem lidar com esse “novo filho”, tiveram que “matar” dentro de si ou, passar por um processo de luto, de perda do filho, que foi acompanhado de depressão e tristeza em muitos momentos, abandonando aquela criança idealizada, aquela criança perfeita e tão competitiva que sonharam, para que pudessem receber esse novo e real Ishaan, com limitações, mas com perspectivas possíveis diante de um mundo repleto de opções de trabalho e realizações profissionais.

A familia fracassa?

“O vínculo familiar, em seus aspectos biológicos (o cordão umbilical), social (o grupo familiar e suas responsabilidades, inclusive legais) e afetivo (o acolhimento) é condição para o crescimento e desenvolvimento global da criança. Não existe possibilidade de sobrevivência física e psíquica no desamor. 
As doenças mentais e mesmo as físicas, em crianças pequenas, denunciam, a fragilidade de vínculos familiares, a dificuldade dos adultos em criar um ambiente familiar estável e seguro, amoroso. Abordar a importância desde elo de ligação, o vínculo, é dizer que sempre existe ou deve existir um outro significativo que lhe assegura as condições de vida, de crescimento e desenvolvimento (senão a criança adoece, morre). Nessa perspectiva, é necessário dizer que o vínculo tem mão dupla para ser significativo, ou seja, a criança também é importante para os pais, muda suas vidas, ocupa-os. Aliás, por serem as crianças importantes para os pais é que estes tornam-se importantes para eles”. (BOCK, 2001, p.254)

Ao analisar as considerações feitas acima sobre vínculo familiar e o filme “Como Estrelas na Terra”, podemos dizer que a família do menino Ishaan Awasthi não fracassa, pois em várias cenas podemos perceber o amor e carinho que os pais têm para com o menino, portanto percebemos que o vínculo familiar existe. Consideramos que todas as medidas tomadas pelos pais quando foram informados das dificuldades de aprendizagem do menino; sua internação e até a rigidez com que o pai principalmente passa a tratá-lo deve-se ao fato do desconhecimento das dificuldades reais do menino Ishaan. 
Quando diagnosticado a dislexia do garoto e suas particularidades, a família fica abalada inicialmente, pois tudo o que haviam sonhado para aquele filho é ameaçado, percebemos em algumas passagens do filme o desespero do pai em relação ao futuro do garoto, com dúvidas e questionamentos, ao mesmo tempo vemos um certo arrependimento da parte dos pais por  muitas atitudes tomadas em relação ao filho como se este fosse uma criança rebelde e sem vontade de aprender. Enfim, o filme mostra que a família em questão apresenta uma estrutura forte, com vínculos de amor, compreensão e principalmente a busca incessante da melhora do filho, fatores importantes para o desenvolvimento do menino.

CONCLUSÃO

A família tem uma predileção importante e fundamental na vida das crianças e sob este enfoque a psicanálise entende a família como uma estrutura responsável pela transmissão e inserção do infans na cultura. Nesse sentido, cumpre a função fundamental de inscrição da criança no universo simbólico através das funções parentais.

A relação familiar, ao longo dos anos, vem se caracterizando e modificando como estrutura e enfoque social e neste âmbito as mulheres (mães), com o passar do tempo, passam a ser consideradas guardiãs da moral e a influência materna passou a ser um recurso contra os problemas de ordem pública e privada. A crescente privatização do espaço público produziu um novo ideal doméstico, primeiramente utilizado pelas mulheres como uma tentativa de afirmação de sua própria autoridade através de sua influência materna.

Já a função fraterna, de acordo com Kehl (2000), é entendida a partir de três eixos: primeiro, a constatação para a criança, da semelhança na diferença introduzida pelo irmão em seu campo narcísico, que o força a uma reelaboração da relação especular com o eu ideal e constitui para o eu um objeto ao mesmo tempo de ciúme, de interesse, de ódio e de identificação.

“Não há como evitar: a mulher, como mãe, encontra-se na origem da ‘guerra dos sexos’ que ocorre no inconsciente dos homens. Em nome da ‘mãe excessivamente presente’ e do ‘pai ausente’, ela está também na origem da relação de amor-ódio que as mulheres têm entre si mesmas. Sua função de educadora é sempre marcada por ‘ter mãe demais ou de menos” (ROUDINESCO, 2003, p.103)

Essas representações da obra freudiana caracterizadas como “hierárquicas” de valores entre paternidade e maternidade, em que o pai dá seu nome ao filho que se torna seu herdeiro, cabendo à mãe a primazia da vida sensorial com a criança. Dessa forma, na obra freudiana, a mulher está ligada ora à maternidade, ora à morte, já que ela seria a única que transmitiria ao filho a relação entre vida e morte.

Neste ensejo familiar, Lacan compreende a mesma como uma instituição social de estrutura complexa, que não pode ser reduzida nem a um fato biológico e nem a um elemento teórico da sociedade, mas uma instituição social privilegiada na transmissão da cultura. “Entre todos os grupos humanos, a família desempenha um papel primordial na transmissão da cultura e com isso, ela preside os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico” (1985, p. 13), esclarecendo que a família estabelece uma continuidade psíquica entre as gerações, a partir de uma hereditariedade psicológica e social.

Portanto, a família independente de sua configuração fenomenológica, mas como estrutura discursiva, é a matriz simbólica fundamental à constituição do sujeito, já que é a partir dela que serão transmitidos os interditos necessários à cultura. Assim, a família pode ser considerada uma instituição humana universal, na medida em que é sobre ela que repousam as bases da ordem social.

Embasados por esse arsenal teórico, acreditamos que a família não fracassa, pois ela é o primeiro grupo social em que a criança começa a interagir, aprender e onde busca as primeiras referências no que diz respeito aos valores culturais, emocionais etc. Ela interfere no desenvolvimento e no bem estar de todos os seus membros.
A família desempenha um papel primordial na transmissão da cultura, se sobressaindo de todos os grupos humanos. É nela que o indivíduo recebe a primeira educação e aprende a reprimir seus instintos mais primitivos. Na educação primária, a família é responsável pelo modelo que a criança terá em termos de conduta no desempenho de seus papéis sociais e das normas e valores que controlam tais papeis.

Sob o enfoque do filme, a forma como Ishaan é tratado pelos pais influenciará muito em seu processo de ensino-aprendizagem, a negação dos pais em aceitar a dislexia do filho e a procurar um especialista para que ele pudesse levar uma vida normal tem peso forte na vida escolar e social do filho, pois o mesmo se sentirá diferente dos demais, não terá vontade de ir à escola, não sentirá prazer em nada referente aos estudos, fato que ocasionará sua defasagem. Mas não é o diagnóstico de dislexia que abre portas para Ishaan, e sim a parceria estabelecida entre o professor-mediador e o aluno. A partir dela, fica fácil aprender, abrir canais para ler, escrever e lidar com os números.

De acordo com SCOZ (1994, p. 71 e 173), a influência familiar é decisiva na aprendizagem dos alunos. Os filhos de pais extremamente ausentes vivenciam sentimentos de desvalorização e carência afetiva, gerando desconfiança, insegurança, improdutividade e desinteresse, sérios obstáculos à aprendizagem escolar. O contato com a família pode trazer informações sobre fatores que interferem na aprendizagem e apontar os caminhos mais adequados para ajudar a criança. Também torna possível orientar aos pais para que compreendam a enorme influência das relações familiares no desenvolvimento dos filhos.



REFERÊNCIAS

BOCK, Ana Maria; Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2001.

GLAT, Rosana. Uma família presente e participativa: o papel da família no desenvolvimento e inclusão social da pessoa com necessidades especiais. Disponível em: www.eduinclusivapesq-uerj.pro.br/livros_artigos/pdf/familia.pdf. Acesso em 14 de julho de 2011.

KAMERS, Michele. The new configurations of the family and the symbolic statute of the parental functions. Estilos clin.,  São Paulo,  v. 11,  n. 21, dez.  2006 .   Disponível em http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-71282006000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  14  jul.  2011.

SONAWAT, Reeta. Understanding families in India: a reflection of societal changes. Psic.: Teor. e Pesq.,  Brasília,  v. 17,  n. 2, Aug.  2001 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722001000200010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 14 de julho de 2011. – Traduzido no Google.


[1] GLAT, Rosana. Uma família presente e participativa: o papel da família no desenvolvimento e inclusão social da pessoa com necessidades especiais. Disponível em: www.eduinclusivapesq-uerj.pro.br/livros_artigos/pdf/familia.pdf. Acesso em 14 de julho de 2011.
[2] KAMERS, Michele. The new configurations of the family and the symbolic statute of the parental functions. Estilos clin.,  São Paulo,  v. 11,  n. 21, dez.  2006 .   Disponível em http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-71282006000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  14  jul.  2011.

[3] SONAWAT, Reeta. Understanding families in India: a reflection of societal changes. Psic.: Teor. e Pesq.,  Brasília,  v. 17,  n. 2, Aug.  2001 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722001000200010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 14 de julho de 2011. – Traduzido no Google.

Como estrelas na Terra - Toda criança é especial - resenha


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Educação Para Todos


A Educação Inclusiva é atualmente um dos maiores desafios do sistema educacional. Criados na década de 70, os pressupostos da Educação Inclusiva fundamentam vários programas e projetos da educação. 
O direito a educação é direito de toda criança, adolescente ou adulto, seja ele qual dificuldade tiver. E a constituição afirma isso, que todos somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. E a educação inclusiva  parte dessa intenção, que cada um possa procurar a plenitude do seu existir, para participar ativamente na construção de sua vida pessoal, tendo uma existência feliz e de qualidade.
Esse tema hoje está cada vez mais atual e cada vez mais discutido nas escolas. E a discussão gira em torno de como ocorre essa inclusão nas escolas?
Primeiramente a escola deve estar adequada àquela criança, jovem ou adulto. Tendo profissionais adequados e espaços direcionados as determinadas deficiências. Essa escola deve também respeitar os limites do educando e desenvolver uma real integração social na comunidade em que vivem.
A inclusão implica também em uma mudança de paradigmas, de conceitos e costumes, que fogem as regras tradicionais, ainda fortemente calcados na linearidade do pensamento, no primado do racional e do ensino, na transferência dos conteúdos curriculares.
Ainda existe uma resistência por parte das escolas, em concretizar essa inclusão, suas desculpas variam entre não ter profissionais especializados, salas adequadas ou acessos dentro das escolas, exemplo para os cadeirantes, entre outras.
A inclusão é, portanto um conceito intrigante, que busca retirar as barreiras impostas pela exclusão em seu sentido mais global.
A educação é, portanto um direito de todos, e assegurá-lo é necessariamente, dar boas vindas a esse aluno, sem questionar suas possibilidade ou dificuldades.
 Respeitando-os, integrando-os ao cotidiano escolar, visando capacitar e melhorar a vida desse educando.


Referencia Bibliográfica:
WERNECK, Claudia. Sociedade inclusiva: quem cabe no seu todo? Rio de Janeiro: WVA, 1999.

sábado, 27 de outubro de 2012

A afetividade do professor e do aluno

Vivemos em constante relacionamento com o outro, laços são feitos e desfeitos, isso faz parte da vida do ser humano e também do animal. A afetividade está em qualquer tipo de relação, por isso, é necessário dar-lhe seu devido valor.
A afetividade docente não poderia ser posta de lado, pelo contrário, o professor tem um papel fundamental na vida do aluno, contribuindo positiva ou negativamente em seu processo de aprendizagem.
Sabe-se que ser professor é algo de inestimável valor, não é quantitativo, pois é uma das mais apaixonantes profissões e como tal, merece ser valorizada. O professor constrói juntamente com o aluno o conhecimento que este levará por toda a vida.
Muitos alunos espelham-se em seus professores e os têm na mais profunda admiração pelo papel que exercem em suas vidas, mas por outro lado, aquele professor que não faz questão de valorizar o aluno, a ele é direcionado um sentimento que muitas vezes causa dor, rejeição.
       Assim, é primordial que o professor atente-se e estimule o aluno com atitudes de afetividade, de diálogo, de cumplicidade, plantando uma semente para que o aluno, enquanto indivíduo ativo na sociedade seja colhedor de sua própria colheita.

A afetividade na escola

As instituições, como escola e família, fazem parte da vida do aluno podendo positiva ou negativamente contribuir para o seu sucesso ou insucesso. Cabe à escola, além de promover o cognitivo, considerar e valorizar a afetividade para assim propiciar a construção da personalidade do aluno.
Ensinar vai muito além do que transmitir conhecimento, papel este já modificado pelo professor, que tem a consciência de sua responsabilidade no processo de formação do aluno, além da importância de fazê-lo refletir sobre a vida em si.
A escola é um palco precioso e como não poderia ser diferente, deve ter uma equipe competente e consciente de seu papel, de suas responsabilidades, capazes de compreender e respeitar a diversidade e subjetividade de cada aluno.
A escola deve estar pronta para receber e conviver com os mais variados tipos de alunos, o aluno de ontem difere do de hoje, que é mais exigente no tratamento dispensado a ele.
Assim, a escola deve respeitá-lo e proporcionar-lhe uma base sólida para que possa crescer e construir significados, sentindo-se protegido.
A escola precisa ter cuidado para não criar um ambiente onde o aluno depare-se com situações de medo, fracasso e frustração, criando tensões emocionais que facilitarão as dificuldades de aprendizagem e o afastamento pessoal, fazendo com que o aluno crie uma barreira, muitas vezes, instransponível.
       Também é dever da escola acentuar a afetividade e não a repressão, ninguém aprende e cresce feliz sendo reprimido, humilhado e espera-se que num ambiente como a escola, ele possa crescer em harmonia e ter prazer e interesse em frequentá-la, pois o aluno precisa ser motivado, instigado, com interesse tudo flui melhor.

ESCOLA: um espaço de sucesso para um aprendizado significativo

Espera-se que o ambiente escolar seja propício ao diálogo, ao respeito mútuo, à construção do conhecimento e também à valorização da afetividade, proporcionando a todos os envolvidos no processo educativo, uma participação ativa, significativa e afetiva.
Os alunos, muitas vezes, passam mais tempo na escola do que em suas próprias casas ao lado de seus pais, outros apenas têm como um ambiente familiar à escola e o professor como alguém possível de dar-lhe atenção. Isso posto, a escola deve ser vista pelo aluno como um lugar acolhedor, lugar este em que estará rodeado de carinho, atenção, afeto e de pessoas que o orientarão acerca de seu futuro, ajudando-o na construção de seu conhecimento, de sua identidade.
O professor não é mais um mero transmissor de informações, aquele que erguia, mesmo que inconscientemente, um muro entre si e o aluno, sem nenhuma proximidade efetiva e afetiva.
Hoje o professor estabelece uma relação de troca, dialogando com o aluno a fim de saber de suas opiniões, ouvindo-o e considerando seus questionamentos. O professor reconheceu e compreendeu que trazer o aluno para mais próximo e ter com este uma relação humana, possibilita um aprendizado mais significativo ao aluno e um clima desfavorável à violência, insultos, evasão escolar e até mesmo a redução da retenção escolar.
A afetividade dentro do ambiente escolar contribui efetivamente em todo o processo de ensino-aprendizagem, fazendo com que o professor dê a vez e a voz ao aluno e este se sentindo parte importante deste processo educacional, produz mais, participa com mais prazer das atividades solicitadas pelos professores e tornando-se parte do todo.
Tudo aquilo que acontece na e com a escola influencia de alguma maneira na aprendizagem do aluno.
Uma escola palco de discussões, brigas, bullying, mal estruturada fisicamente e suja, faz com que este aprendizado deixe de existir positivamente, prejudicando a todos os envolvidos, professores, alunos, diretor, funcionários e a comunidade que também frequenta, pois esta não se sente à vontade e por vezes, até mesmo nem convidada o é, para participar dos eventos que ocorrem normalmente nas escolas, dificultando principalmente a proximidade e o afeto entre eles.
Quando existe vida feliz dentro da escola, produção efetiva, comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo, o aprender em comum a todos é beneficiado, facilitando a vida profissional, pois trabalhar num ambiente agradável é de interesse de qualquer pessoa e a vida escolar do aluno, pois este clima estende-se ao alunado também, beneficiando seu aprendizado.
Ao falar em escola, professor, aluno, afetividade, relações humanas, não há como excluir a participação da família dentro de todo o processo educacional, pois a família é parte interessante, sua contribuição positiva é fundamental para que o aluno não se sinta abandonado. Mas sabe-se que em muitos casos, a ausência familiar prejudica demasiadamente a vida do aluno, a família é tão importante quão à afetividade na vida do aluno.
Mesmo que a escola aceite como uma das responsabilidades a orientação do desenvolvimento emocional do aluno, não podemos esquecer a influência do lar desta criança. Porém, isso não significa que a escola nada pode fazer, pois muitas crianças não têm segurança no lar, e dependem da escola para conseguir construir sentido à vida e aliviar as tensões acumuladas em outras situações.
           A parceria entre família e escola deve ocorrer para o sucesso da aprendizagem do aluno. Sendo assim, ambas devem trabalhar juntas para cooperarem com a construção do conhecimento e da identidade do aluno.