sábado, 27 de outubro de 2012

A afetividade

A criança, logo após o nascimento, apresenta o que poderia ser considerado de comportamento emocional.
Segundo Mouly (1979), o recém-nascido (com menos de 8 dias) não pode exprimir suas emoções de maneira que as pessoas, desconhecendo a natureza do estímulo, possam distinguir as expressões de medo e dor e verificou que os adultos identificavam, com segurança maior que a casual, as emoções de crianças com 10 (dez) meses de idade, registradas em fotos.
Supõe-se que o recém-nascido ainda não tenha as emoções diferenciadas e que com o passar do tempo, após essa maturação, o emocional desenvolva para que as suas emoções sejam mais nítidas e é neste período que surge um interesse maior por parte da criança de querer participar mais ativamente da vida de seus pais e estes devem demonstrar o seu afeto e sua disponibilidade a fim de evitar conflitos afetivos e sérias consequências no emocional da criança.
Segundo Dourado (2010), Freud, em 1920, diz que uma pulsão é um impulso, inerente à vida orgânica, fazendo um paralelo com a teoria de Melanie Klein encontramos o que seriam a pressão de forças perturbadoras. Para esta psicanalista, o desenvolvimento psíquico ocorre por intermédio da elaboração de experiências emocionais desde o nascimento.
Segundo Dourado (2010), Ortiz et al. (2004) analisam as origens da vida social e emocional e os fatores que intervêm no estabelecimento de um laço afetivo seguro ou inseguro. Para eles, o vinculo emocional mais importante na primeira infância, é o apego que a criança estabelece com uma ou várias pessoas do sistema familiar. Três componentes básicos são distintos neste vínculo: a) conduta de apego (de proximidade e interação privilegiada com essas pessoas); b) representação mental (as crianças constroem uma ideia de como são essas pessoas, o que podem esperar delas) e c) sentimentos (de bem-estar com sua presença ou ansiedade por sua ausência). O objetivo do apego, que tem a função adaptativa para a criança inserida em seu contexto, é favorecer-lhe a sobrevivência, buscando a proximidade de seus cuidadores e de proporcionar-lhe segurança emocional, transmitindo-lhe aceitação incondicional, proteção e bem-estar.
A afetividade exerce uma grande influência sobre tudo aquilo que o indivíduo sente e faz. Ela pode definir o tipo de vida, suas relações com os outros e a relação que tem consigo próprio.

Fonte:
DOURADO, A. M. A afetividade na relação professor-aluno: A perspectiva de Henri Wallon, Aparecida de Goiânia, 2010
MOULY, George Joseph. Psicologia Educacional. São Paulo: Pioneira, 1979
OLIVEIRA, C. A. A afetividade na relação professor-aluno. São Paulo, 2011.
ORTIZ, M. J. et al. Desenvolvimento Socioafetivo na Primeira Infância. In: Coll, et al. Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia Evolutiva. 2. ed.             Porto Alegre: Artmed, 2004

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